Não tem mais volta: o mundo está se tornando digital, até nos mais corriqueiros aspectos da vida cotidiana. No Brasil, já chega a 97% o índice de brasileiros que ficam online várias vezes ao dia.
Mas enquanto a inteligência artificial proporciona cada vez mais facilidades, encurta distâncias e agiliza todo tipo de transação, dados pessoais e informações sensíveis e sigilosas de empresas e governos trafegam pela internet, sem que os usuários percebam seu valor e os riscos a que estão expostos pelo trânsito e armazenamento sem medidas de segurança adequadas, como reforçam pesquisas recentes da Kaspersky Lab, segundo as quais um terço (35%) dos brasileiros não sabe como proteger sua privacidade online e o país lidera o ranking de ataques na internet na América Latina, e ocupa a 9ª posição no mundo. Mesmo assim, os cidadãos e as empresas nacionais não têm dado a devida atenção à segurança digital.
No caso das empresas, uma das soluções disponíveis para manter a salvo dos cada vez mais frequentes crimes cibernéticos seus preciosos ativos intangíveis é o uso de certificado digital. A ferramenta já é obrigatória para algumas empresas em transações com órgãos do governo e, em breve, será exigida a todos os tipos de negócios no Brasil.
O certificado digital
Certificado digital a identidade de uma pessoa física ou jurídica em variadas transações realizadas via internet, na forma de um arquivo digital. Nele estão contidos dados como nome, a chave pública (espécie de numeração exclusiva de quem o possui) e outras identificações requeridas pela Receita Federal e outros órgãos oficiais e funciona a verão eletrônica de uma assinatura em papel. Ele possibilita que as transações via internet sejam feitas de forma mais segura até mesmo o método tradicional, com documentos assinados em papel, protegendo as pessoas e empresas de fraudes.
Dados preliminares de um estudo que o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), órgão do governo federal responsável pela manutenção e auditoria da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil (cadeia hierárquica de confiança que viabiliza a emissão de certificados digitais para identificação virtual do cidadão), indica que atualmente já há mais de 170 serviços públicos que oferecem ao cidadão toda a comodidade e segurança do uso do certificado digital.
Comercializado na forma de cartão magnético, pen-drive, token ou arquivo, possibilita assinar contratos e documentos digitalmente sem necessidade de reconhecimento de firma, além de realizar declarações, cadastros e consultas de obrigações com o governo, como imposto de renda de pessoa física e de pessoa jurídica, sem deslocamento, com economia de tempo e dinheiro.
Menos burocracia
Atualmente, já é possível usar o certificado digital para se autenticar em sites e aposentar de vez o login e senha, assinar documentos sem precisar de papel, caneta e reconhecimento de firma, solicitar a eletrônica da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), fazer transações bancárias, etc. No Paraná, a certificação digital já é requisito para constituições, alterações e baixas de empresas dos tipos jurídicos Empresário Individual, Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI e Sociedades Limitadas na Junta Comercial.
“A digitalização do arquivamento de atos da Jucepar é uma uma grande conquista para a classe contábil e os empresários, pois confere maior a agilidade e segurança aos processos e ajuda a melhorar o ambiente de negócios. Muitos colegas ainda veem objeções à exigência de certificado digital aos empresários, alegando que isso onera, por exemplo, o processo de abertura de empresas, mas temos certeza de que logo perceberão que todos – contabilistas e empresários – só tem a ganhar com isso. Afinal, o uso da tecnologia é irreversível na nossa sociedade e o uso de certificado digital, além de agilizar a vida do empresário, confere confiabilidade e proteção às transações que ele cada dia mais tem que realizar no mundo digital”, afirma o presidente da Junta e do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná (CRCPR), Marcos Rigoni.
No fim do mês de julho, o ITI lançou uma série de vídeos explicativos, que são parte de uma campanha destinada a mostrar à sociedade como o certificado digital funciona e toda a segurança que ele garante nas transações digitais.